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VIVENDO COM SABEDORIA - Entendendo e Vivendo - Provérbios 31.8-14, 25-30

Uma boa mãe e uma boa esposa

O rei Lemuel teve duas bênçãos que lhe ajudaram imensamente a viver os princípios bíblicos da sabedoria: uma boa mãe e uma boa esposa! Sua mãe aconselhou-o sobre três coisas que fazem um rei sábio: nenhum harém (v. 3), nenhuma embriaguez (v. 4-7) e nenhuma injustiça para com o pobre e para com o necessitado no uso do poder real.

Também sabemos que ele soube como procurar uma boa esposa, pois o quadro completo de uma "esposa de caráter nobre" (Provérbios 31.10 NIV) é, provavelmente, uma parte da seção de provérbios escrita por ele. É uma suposição justa, então, que Lemuel tenha gravado esse ensino em seu coração, sendo capaz de escolher uma boa esposa.

Embora...

Embora não estejamos na posição de reis antigos, exercitando julgamento ("julgue com justiça", Provérbios 31.9), podemos "defender os direitos dos pobres e dos necessitados" (v. 9). A preocupação com as pessoas menos afortunadas é ecoada, também, no poema sobre a esposa nobre que segue esta seção (veja v. 20).
É, naquele poema (em Provérbios 31.10-31), que nosso enfoque principal está. Embora, provavelmente, seja parte da coleção de provérbios de Lemuel, o texto não é atribuído a ele, nem é identificado como sendo dito por sua mãe, nem tampouco a nobre esposa seja, necessariamente, a esposa de um rei. Tudo poderia ser assim, mas é melhor tomar isso como um quadro idealizado do tipo de esposa nobre que um homem jovem sábio deve buscar.

Evitando compreensões anacrônicas do poema

Não é salutar ler este capítulo com o pensamento na luta moderna do feminismo ou mantendo o feminismo em mente. Embora algumas de suas verdades sejam pertinentes a questionamentos sobre o papel de cada sexo, não são a base de interpretação do texto. A esposa nobre faz negócios (v. 16), dirige seu próprio trabalho (v. 24) e "reveste-se de força e de dignidade" (v. 25). Mas ela não está cantando "Eu sou poderosa. Eu sou mulher!" Pelo contrário, muito da sua energia é gasta naquilo que hoje chamaríamos de "serviços domésticos" (ela "cuida dos negócios de sua casa e não dá lugar à preguiça", v. 27 NVI), e o centro do poema, a temática, estruturalmente falando, não é o valor de sua independência, mas seu valor para o marido (ele é respeitado pelos juízes, no portão da cidade, v. 23).

Esta seção das Escrituras segue uma estrutura equilibrada de pensamentos paralelos, havendo um paralelo de linhas no poema. A primeira em paralelo com a última; a segunda, com a antepenúltima, e assim por diante, do começo ao fim. E a frase central e principal encontra-se no meio, no verso 23. Esse é o centro, como pondera Duane Garrett: "Esta mulher é o tipo de esposa que um homem precisa para ter êxito em vida" [1].

Quer dizer que o valor das mulheres só é definido pela relação delas com seus maridos, e que só existem para beneficiar e servir os homens? Se você respondeu que sim, esbofeteie sua mão! Claro que não significa isso! O papel da esposa é definido pelo que Deus determinou, assim como o do marido é estipulado também pelo que disse. Já o valor, tanto de homens quanto de mulheres, é definido igualmente pela identificação deles como tendo sido criados à imagem de Deus (Gênesis 1.27). Além do que, tanto homens quanto mulheres, "são um" em Cristo (Gálatas 3.28; e 1 Pedro 3.7).

Todas essas caracterizações da relação homem e mulher ou marido esposa, em termos de direitos contraditórios (em vez de compromissos e de responsabilidades mútuos), é espúrio sob o ponto de vista bíblico. Mas por que está escrito: "Meu filho", em Provérbios, e não, "Minha filha"? Garrett é novamente útil quando chama atenção à forma literária do livro e diz: "O gênero usado em Provérbios é um assunto de orientação de audiência e não, um preconceito ideológico. Provérbios dirige o leitor para longe da prostituta e encaminha-o a uma boa esposa, porque seu leitor implícito é um jovem homem" [2].

Concernente às leitoras

Embora Provérbios 31.10-31 esteja escrito sob a forma de um conselho dirigido a um jovem que busca uma esposa nobre, obviamente que a passagem pode ser aplicada também às mulheres (de qualquer idade) que procuram direção sobre como ser a tal esposa. "Bem, não espere que eu seja tão perfeita assim!", algumas mulheres estão prontas a dizerem a seus maridos...

Há vários aspectos a se lembrar aqui. Primeiramente, qual é a característica mais importante de uma boa esposa? Pondere sobre isso durante um minuto e, então, confirme Provérbios 31.30. Essa é uma qualidade ao alcance de qualquer esposa! O paralelo entre este verso e Provérbios 1.7 também mostra que Deus está chamando homens e mulheres a terem a mesma qualidade, apesar da forma literária do livro.

Em segundo lugar, lembre que este é um quadro idealizado de uma boa esposa. Ilustra todas as melhores qualidades que uma mulher sabia e piedosa pode aspirar, e que um homem sábio e piedoso deve apreciar. Poucas mulheres possuirão todas as habilidades e qualidades. O propósito do livro é identificar a que o jovem deveria olhar, e mostrar a ele, também, as contribuições que uma esposa nobre pode, potencialmente, dar à sua vida.

Em terceiro, o espírito do texto não é mostrar as deficiências de uma esposa, mas louvar as qualidades para as quais o temor do Senhor conduz naturalmente ("a mulher que teme o SENHOR será louvada", 31.30). Por fim, as mulheres solteiras deveriam notar as qualidades do homem sábio em Provérbios e usá-las para avaliarem seus potenciais maridos!

Agora, para os homens

Se você está buscando uma esposa, pode ver que grande diferença vai lhe trazer alguém que teme ao Senhor (alguém não apenas charmosa ou bonita)? Poucas decisões em sua vida afetarão tanto seu próprio progresso na piedade e na sabedoria como a escolha de uma esposa!

Deus vai ajudá-lo se você concordar em buscar tal esposa. Lembre-se de Provérbios 19.14: "Casas e riquezas herdam-se dos pais, mas a esposa prudente vem do SENHOR". Se você tem uma esposa piedosa, notou a importância de apreciá-la (v. 28) e, também, de elogiá-la? Ambas as partes de Provérbios 31.31 estão falando com você!


Escrito por Adriano Teixeira

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